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13 de ago. de 2013
QUESTÃO 919 - O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
da Editora de Livro dos Espíritos:
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas, é a
resposta que os Espíritos deram. ra destacar as notas e explicações aditadas
pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o texto da
resposta, empregou-se usão, o mesmo tipo usado para as perguntas e respostas
foi o empregad. rte
Terceira
Das leis morais CAPÍTULO
XII
DA PERFEIÇÃO MORAL
Conhecimento de si mesmo
919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar
nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
a) - Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está
precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava
a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se
não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi
assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.
Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o
dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e
ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se
aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos
perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo
procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que,
feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis
confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento,
teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos,
onde nada pode ser ocultado?”
“Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso
próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso
para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.
“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso
individual. Mas, direis, como há de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a
ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O
avarento se considera apenas econômico e previdente; o orgulhosos julga que em
si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que
não pode iludir-vos. Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas
ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a
censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor,
pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Procurai
também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião
dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade
e Deus muitas vezes os coloca a vosso lado como um espelho, a fim de que sejais
advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo. Perscrute,
conseguintemente, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo
sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu
jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo
do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta
destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia,
poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.
“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e
não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar
uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar
haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o
objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e
privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado
sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de
bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que
dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia
que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer
que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa
alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos
capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um
de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro
dos Espíritos.”
SANTO AGOSTINHO.