18 de jan. de 2013

O natal de Chico Xavier

O NATAL DE CHICO XAVIER
A distribuição natalina que Chico Xavier promovia, juntamente com diversos amigos, há vários anos, desde os tempos de Pedro Leopoldo, tem inspirado diversos grupos espíritas de todo o Brasil. As chamadas "repartições" de Natal constituem hoje o cartão de apresentação do trabalho assistencial desenvolvido pelos espíritas.

No mês de Dezembro, jamantas carregadas de víveres, bolas, bonecas, roupas, doces, enxovais para recém-natos, etc., chegavam a Uberaba, procedentes de São Paulo, para a grande festa da fraternidade.

Adultos e crianças, eram beneficiadas pela distribuição, sem que houvesse qualquer tumulto ou acontecimento deprimente.

O próprio Chico fazia questão de entregar, simbolicamente, algum dinheiro aos irmãos que têm, igualmente, as suas mãos osculadas por ele.

Mas quem imagina que o Natal de Chico Xavier se restringiu a essa grande distribuição, que muitos interpretam erroneamente, estão equivocados.

Na véspera de Natal, na noite do dia 24, sem que ninguém o visse, Chico saia com reduzido número de amigos para visitar aqueles que nem sequer podem se locomover de seus barracos...

Acobertado pelo manto da noite, percorria vários bairros carentes de Uberaba, visitando pessoalmente, em nome de Jesus, os doentes, as viúvas, os filhos do infortúnio oculto...

Além de levar algum presente para cada um, Chico contava casos, sorria com eles, lembrava a sua infância, tomava café e, depois de orar, seguia em frente...

Poucas pessoas sabem que Chico passava o Natal peregrinando. Enquanto muitos se reúnem em torno da mesa faustosa, sem qualquer crítica a eles, ou a nós, esse verdadeiro apóstolo de Jesus na Terra caminha quase solitário, levando um pouco de alegria aos lares e aos corações dos que enfrentam rudes provas.

O Espírito tem as suas necessidades próprias. Enquanto muitos se satisfazem com o barulho do trabalho, sentindo-se recompensados, porquanto hoje a imprensa faz cobertura das distribuições nos Centros Espíritas, com fotos e textos elogiosos, Chico sente necessidade de dar dele mesmo sem qualquer alarde.

Se divulgamos o fato é para que nos inspiremos no seu exemplo e para que possamos sentir, com maior justiça, a grandeza do seu Espírito.

Para muitos, Chico é um verdadeiro pai. Ainda há pouco tempo, uma senhora já bastante velhinha nos disse: "O sêo Chico tem sido nem sei o que pra mim... Deus é que vai abençoá ele pro resto da vida... Quando o meu marido morreu, mandei avisa ele... Nóis num tinha dinheiro nem pro enterro... Ele feiz tudo e mandô me dizê que vai me enterrá tumém..."

Chico não foi só o médium missionário que conhecemos, cuja produção mediúnica não encontra similar no mundo inteiro, seja em volume ou em variedade de temas de incontestável qualidade; ele reconhece que não basta estar empunhando lápis ou falando aqui e acolá ou tendo o seu nome nas páginas dos jornais... Na simplicidade de suas atitudes está a grandeza do seu Espírito...

Ele mesmo não se permitiu o luxo de passar o Natal com a família, deixando semelhante dever do coração para o Ano Novo, quando então seguia para Pedro Leopoldo.

Se a vida de Chico nas páginas abertas é bonita, nas páginas que ninguém conhece, naquelas que só o Senhor pode ler, ela é muito mais, porquanto o seu amor pelo Cristo é algo que transcende, se perdendo na noite insondável dos séculos...

O Natal de Chico foi assim...

Dia chegará em que a humanidade deixará de celebrar a data natalina de forma egoística, porquanto, o que deveria ser uma festa da fraternidade, ainda é hoje um motivo de discriminação...

Mas existe alguém, como muitos anônimos por aí afora, que sente necessidade de ir ao encontro do Celeste Infante nas ruas frias dos bairros pobres...

Os dados acima foram extraídos dos livros abaixo editados pelo IDEAL:"Chico Xavier Mediunidade e Coração"Autor Carlos A. Baccelli - Editora IDEAL

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